Os municípios de Gilbués, Morro Cabeça no Tempo e São Gonçalo do Gurgueia, no Piauí, estão entre as localidades que serão contempladas com novos profissionais do Programa Mais Médicos. Os recém-chegados fazem parte de um grupo de 407 médicos formados no exterior que concluíram, no último dia 11, o Módulo de Acolhimento e Avaliação (MAAv). Eles serão alocados em 180 municípios e 15 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), distribuídos em 22 estados do país.

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Segundo o Ministério da Saúde, a inserção desses profissionais deverá impulsionar o acesso aos serviços de atenção primária, reduzir filas de espera e fortalecer o uso do prontuário eletrônico do SUS (e-SUS APS). Além disso, a expectativa é de melhorias importantes no atendimento às populações indígenas, como a queda nas remoções médicas em territórios como o Yanomami.

Capacitação voltada para realidades locais

Antes de iniciarem suas atividades, os médicos participaram de treinamentos focados em situações de urgência, emergência e combate a doenças prevalentes nas regiões de destino, como a malária. A preparação busca garantir maior eficiência no atendimento e adaptação às condições de saúde locais.

O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), Felipe Proenço, destacou os efeitos positivos do programa ao longo de seus 12 anos de existência.

"É possível ver como ele contribuiu para a redução da mortalidade infantil e para a melhoria do acesso à saúde, que é justamente o papel da atenção primária: atender pessoas com problemas de saúde que poderiam se agravar e demandar hospitalização", afirmou.

"O programa evita essas hospitalizações e cuida das pessoas perto de suas famílias, junto de suas comunidades", completou.

Monitoramento contínuo e metas ambiciosas

Para garantir a qualidade da assistência, o Ministério da Saúde realiza o acompanhamento dos profissionais, utilizando o sistema e-SUS APS como ferramenta principal para registro e monitoramento do atendimento, o que permite maior integração entre as redes de atenção.

Atualmente, cerca de 24,9 mil médicos estão em atuação pelo programa em 4,2 mil municípios brasileiros — o que cobre 77% do território nacional. Entre esses municípios, aproximadamente 1,7 mil apresentam elevados índices de vulnerabilidade social.

Em dezembro de 2024, o programa registrou um recorde: 601 médicos atuando simultaneamente em Distritos Sanitários Indígenas. A meta agora é ainda mais ambiciosa: chegar a 28 mil médicos até o fim de 2025, beneficiando diretamente mais de 64 milhões de brasileiros.